sábado, 10 de abril de 2010

Primeiro post!

Bom, meu primeiro posto NÃO poderia ser outro. Graças a minha (maravilhosa, digo MARAVILHOSA) amiga Luanna Santa Rosa este blog vive! Pra mim era só um sonho, mas pra ela isso era quase como uma obrigação minha! Minha companheira(!!), de viagens, de compras, de futilidades, de Starbucks, Marc Jabocs e blogs badalados de moda! Ah, e de sonhos também. Linda, inteligente, HUMANA, irmã. Esse é pra você Lu !!

sábado, 14 de junho de 2008

A moda democrática e unissex de 68.

O ano de 1968 foi sem dúvidas um dos mais marcantes da história. O ano que revolucionou o mundo. E não só politicamente, mas principalmente, uma revolução comportamental. Esse fenômeno de rebeldia, manifestações, “contra-cultura” e o pacifismo também atingiu o campo da moda. Ela aflorou não como um estilo, mas sim como a estética da agressão. Serviu como forma de expressar os ideais dos jovens, digna de 68. A busca da liberdade não era só de expressão, mas também de estilo.

Os jovens diziam que o ano de 68 era pra ser livre, sob um engajamento sócio-político, que não seguiriam nenhuma tendência de moda, mas contraditoriamente, essa era a moda. Peças estampadas e muito coloridas, roupas curtas e mais coladas ao corpo, tecidos futurista, formas geométricas e um espírito psicodélico.

Em 68 as mulheres colocaram as pernas de fora. A minissaia e a calça pantolona foram sem dúvida os símbolos mais marcantes daquele ano. O sentimento de liberdade deixou as moças “à vontade”. Ousaram e começaram a perceber que não precisariam depender dos maridos e que poderiam ser felizes fora do lar. A mulher de 68 era intelectual, elegante e com espírito guerreira.

Não se pode deixar de citar a influência do movimento Hippie, que se espalho pelo mundo, nos acessórios e no jeito de ousar, sob o lema “paz e amor”. As roupas utilizadas eram de diferentes épocas e países. Os jeans eram bordados com flores, as camisas tinham estampas indianas, as saias eram compridas e as calças eram de algodão e em modelo boca de sino. Os adeptos ao movimento possuíam os cabelos longos, não tratados e com flores espalhadas pelos fios, que os deixavam com aparência “natural”.

Sob a designação de Verushka a minissaia tomou conta das passarelas e das revistas de moda daquela época. Twiggy era codinome de olhos marcantes, bem delineados pela maquiagem, e espírito livre. Esses eram os rostos-símbolo. Ícone fashion da moda de 68. Mulheres que marcaram e fizeram história no mundo da moda, que reflete os dias de hoje.



Houve em Paris, em maio daquele ano, a rivalidade entre o lado chique e rico da cidade contra os estudantes da Sorbonne, tomados pelas manifestações. Rive Droite, como era chamada a elite parisiense, era composta por mocinhas e rapazes bonitinhos, que usavam pulôveres e coletes de Shetland, um estilo college.


No Brasil a moda girou em torno do tropicalismo. Os tecidos levavam estampas de fauna e flora e traços super marcantes. Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderlea, que formaram a Jovem Guarda, foram imitados por milhares de jovens. Era o momento do exagero, do excesso.
Os vestidos tubinhos também faziam muito sucesso entre as mulheres. A moda era marcada por cores fortes como vermelho, azul e roxo. Surgem também vestidos de cortes retos, longos e abertos e roupas futuristas. O jeans e a camisa sem gola se tornaram unissex. Havia uma grande variedade de tecidos e estampas com imagens de símbolos populares da cultura norte-americana.

Em controvérsia, houve um lado menos glamouroso. A alta costura começou a perder cada vez mais espaço. Para demonstrarem sua insatisfação com o estilo de vida burguês, os jovens passaram a adotar a aparência das classes mais pobres e roupas antes utilizadas apenas por operários, por exemplo, adquiriram o jeans e a jaqueta de couro.

Cabelos rebeldes, para as classes mais altas, também tinham seu lugar na moda. Para os cidadãos comuns, algumas vezes, a maneira de pentear os cabelos, era motivo de ser barrado pela polícia.


Enfim, a moda de 1968 pode ser lembrada como o reinado da rebeldia e da juventude. Em uma época em que os movimentos estudantis estavam no auge tanto no Brasil quanto na Europa, e os Estados Unidos viviam a luta pelos direitos civis, a moda espelhou a o desejo de ruptura com tudo o que era tradicional.

Entrevista - o polêmico ano de 1968


Quem é: Nasceu numa pequena cidade do interior, no semi-árido do Rio Grande do Norte, em novembro de 47. Seu pai servia o Exército durante a Segunda Guerra Mundial, patrulhando a costa brasileira e voltou para Parelhas logo que o conflito casando com sua mãe, então com dezesseis, em janeiro de 47. Seus avós, de ambos os lados, eram agricultores, plantadores de algodão mocó que era a base da economia da região do Seridó. Estudou o primário em sua terra e aos dez anos partiu para estudar interno em Natal, pois não havia ensino médio em sua cidade. Estudou sete anos em internatos católicos e colégio agrícola.

O que faz: Cursou Engenharia Civil na Universidade de Brasília, onde chegou em 13 de dezembro de 1968, dia do fatídico AI-5. Viveu cerca de nove anos trabalhando e estudando fora do Brasil. Sempre trabalhou como engenheiro de aproveitamento de recursos hídricos. Hoje, Rômulo Macedo é considerado um dos melhores engenheiros do país nesta área, muito influente no projeto de Transposição do Rio São Francisco. Tem 3 filhos, é bem casado e um grande apreciador da literatura, pintura e cinema.


Florence - Qual a importância de 1968 para o Brasil?
Rômulo Macedo - 1968 foi o ápice de todo um processo de mudanças radicais nos valores, costumes, na política e nas relações sociais que ocorreu em várias partes do mundo no transcorrer da década de 60. No Brasil, o essa onda foi especialmente importante, pois enfrentávamos uma ditadura militar. Foi um período rico em conflitos armados, inconformismo, endurecimento político, contestação, conscientização, criatividade artística, enfim, um verdadeiro embate de forças conservadoras e revolucionárias, uma colisão fantástica de idéias, um big-bang cultural que criou esse universo em que vivemos hoje.


Florence - O AI-5 veio em função da luta do movimento estudantil e da resistência armada que começava, ou viria independente disso?

Rômulo Macedo - Não. O AI 5 veio principalmente como uma ação de inibição e confrontação à luta armada, onde o estado assumiu uma postura terrorista de combate a toda e qualquer ação oposicionista.



Florence - Qual o grande desafio do movimento estudantil após o golpe militar?
Rômulo Macedo - Em minha opinião, o movimento estudantil não soube lidar com os resultados de 1968. Sempre me pareceu que foi tomado por um sentimento de derrota e daí para uma atitude passiva, até certo ponto indiferente a tudo o que ocorreu no Brasil e no mundo em seguida.

Florence - O que as mudanças causadas em 68 influenciam na sua vida hoje?
Rômulo Macedo - Como muitos outros jovens daquela época, me inconformavam as diferenças sociais, a pobreza, o lucro dos empresários, a ausência de liberdade política, etc. Aquela coisa de achar que todo empresário é sacana, todo esquerdista é bom caráter, todo milico é burro e que seu pai é careta e não sabe de nada. 1968 foi importante para minha vida na medida em que conservo até hoje os mesmos sonhos de que uma sociedade mais justa e humana é possível ao mesmo tempo em que aprendi que aquele socialismo que se instalou em várias partes do mundo e que eu queria para o Brasil, é também a exploração do homem pelo homem. Mantenho ainda o sonho utópico da sociedade perfeita como referencial, como modelo, mas hoje eu sei que a via não era aquela que eu queria. Isto, inclusive, ficou mais que demonstrado. Hoje, sou bem mais pragmático, bem mais flexível. Hoje eu sei que meu pai estava 80% certo e eu é que era o bobo da história. Hoje, eu sei que o Bob Fiels (Roberto Campos) não era aquele fdp que achávamos. Aprendi muito.



Florence - O movimento estudantil no Brasil sofre influência do movimento estudantil europeu?
Rômulo Macedo - Acho que o movimento estudantil europeu estimulou e inspirou outros movimentos no mundo, especialmente na América Latina. Mas as mudanças ocorridas nos Estados Unidos, tanto no campo dos direitos civis como das artes e dos costumes, foram também impulsionadoras dos movimentos ocorridos no Brasil, no México, no Chile, e outros países da região.

Florence - O que o senhor acha do movimento estudantil que esta sendo praticado no Brasil hoje?

Rômulo Macedo - Não vejo, não sinto, nem mesmo sei se há. Seguramente não existe movimento estudantil hoje no Brasil. Não, pelo menos, daquela forma, daquele jeito, com aquele nível de participação da década de 60. Não falo da agitação, falo da participação efetiva, das propostas, do nível de exigência e reivindicação.

O Conto

Ivana era uma garota simpática. Beirava os 25 anos. Conquistou muita gente e encantou a todos com sua beleza atípica, seus cabelos longos, sua magreza elegante e seu estilo único. Ivana tinha um namorado. Samuel era carinhoso, fazia tudo que Ivana queria, mas ela não parecia tão empolgada com o relacionamento tanto quanto ele. Um dia Samuel percebeu que não deveria mais investir na relação e convidou Ivana para jantar e lhe disse que precisava conversar serio com ela.
Quando chegou ao Restaurante Abade, Ivana logo viu Samuel. Ele estava sentado à mesa com um belo terno azul-marinho e uma camisa social branca. O cabelo impecavelmente grudado à nunca.
Ivana lançou seu olhar, marcado por longos cílios e um contorno preto. A boca vermelha-paixão e os cabelos lisos e brilhosos como uma seda. Samuel retribuiu o olhar, embora soubesse que o que dissera a Ivana fizesse com que ele nunca mais visse o amor de sua vida.
Ivana se aproximou e o garçom não perderia a oportunidade de oferecê-la a cadeira. Ela sentou e Samuel beijou sua mão. Tentou desviar o olhar pra não correr o risco de cair na tentação, mas não teve jeito. Ele começou a falar incessantemente e para o espanto de Ivana, não seria como das outras vezes.
Depois de quase meia hora de discurso, Samuel perguntou a Ivana se ela tinha algo a dizer, mas a moça estava tão abismada que simplesmente não conseguia dizer nada. Samuel então lhe disse Adeus e virou as costas. Ivana nunca mais voltaria a reencontrá-lo.

O jornalista pode (deve) publicar texto mesmo sabendo que pessoas serão prejudicadas?


A função do jornalista não pode ser confundida. O papel dele enquanto redator, limita-se a informar os fatos ou hipóteses, não se permitindo dessa forma, querer atingir o individuo de forma pessoal. Mas se a matéria publicada, mesmo sendo imparcial, afetar moralmente a quem ela se refira, não se pode deixar de publica-la, principalmente se for de interesse público.

Shattered Glass – O preço de uma verdade

Shaterred Glass é um drama norte-americano lançado em 2003. O filme é baseado em fatos reais que se passam no final dos anos 90. O diretor Billy Ray conta a história do jornalista Stephen Glass. O jovem era considerado um grande talento na profissão, requisitado por varias revistas de peso nos EUA, entre elas a “Rolling Stone”, “Marpers”, “George” e “The New Republic”, onde encerrou carreira. Steve, como era chamado pelos amigos, foi demitido pelo editor-chefe Charles “Chuck” Lane após receber uma denúncia de fraude em um de seus artigos. Penenberg, jornalista da revista virtual “Forbes”, investigou o ultimo artigo publicado por Stephen, “Paraíso dos Hackers”. No artigo, ele relata um acordo entre um jovem hacker e uma suposta empresa de informática nos Estados Unidos.
Sthephen Glass era um rapaz carismático e simpático. Tinha amigos como Caitlin e Amy que o apoiaram até perceberem que muitos dos seus artigos não tinham base de sustentação real e não passavam de fraudes.
Após sua decadência, o jornalista escreveu um livro. O romance conta sua própria história , um escritor talentoso que usava de sua criatividade para inventar histórias, com intuito de se auto promover profissionalmente. Após ser tachado de mentiroso, desistiu da carreira jornalística e resolveu estudar direito.
O caso levantou questões sobre ética e responsabilidades que a profissão exige.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

"Kiaora" - uma experiência no Pacífico

“Kiaora”. Foi assim que fui recebida logo que cheguei ao aeroporto internacional de Auckland na Nova Zelândia. Depois de uma longa viagem de 16 horas numa aeronave da Lan Chile chegamos ao nosso destino, o lugar que se tornaria nossos lares por algum tempo, longe dos amigos, da família e de nosso “porto seguro”. O cumprimento Maori equivalente ao nosso “oi” me causou um clima de familiaridade. O país é dividido em duas pequenas ilhas: Lar dos esportes radicais, dos maoris, da tatuagem, das praias paradisíacas. “Welcome, você chegou à Nova Zelândia!”.

Cheguei à Nova Zelândia com o propósito de aperfeiçoar meu inglês. Aliás, experiência super recomendável. Meu primeiro aprendizado foi sobre a cultura Maori. Um povo que vivera na Nova Zelândia, de origem Polinésia, antes da colonização inglesa. Hoje em dia esses índios buscam resgatar sua cultura e são muito respeitados pelos brancos. Ao chegar ao país, passamos dois dias em Auckland. Eu e mais cerca de 40 jovens da minha idade, que iriam com o mesmo objetivo que o meu. Todos com o mesmo medo, as mesmas expectativas e basicamente a mesma euforia. Andando na Queen Street cheguei a me indagar por um momento se eu não estaria em algum país asiático. Impressionante como a cultura do povo de olhos puxados penetrou naquele país.

No dia 16 de julho, com um fuso horário 15 horas adiantadas em relação ao Brasil, chegou a hora de nos separar, cada um pro seu novo lar, pra sua “host family”. Eu e mais uns cinco colegas embarcamos pra Christchurch, maior cidade da ilha sul. Ao chegar e descer a escada rolante vi a frente uma simpática família, de pai e mãe e três crianças pequenas, cada um segurando uma faixa, que juntando todas dizia “Florence, Welcome to New Zealand”. E foi assim.

Christchurch e uma cidade típica inglesa. Movimentada e ao mesmo tempo calma, agitada e ao mesmo tempo serene. Há uma catedral lindíssima bem no centro da cidade, onde também se encontra aos sábados feirinhas de artesanato interessante que refletem a cultura maori.

Freqüentei a Papanui High School, onde fiz grandes amizades, entre eles com brasileiros. A escola era típica neozelandesa, uso de uniformes, as matérias podiam ser escolhidas pelo aluno e os professores, de fato, nos tratavam com diferença, às vezes melhor, às vezes pior. Devo admitir que era um povo por muitas vezes hipócrita, mas sem maldade.

A facilidade de viajar pelo país nos levou a conhecê-lo melhor. Queenstown foi sem duvida a melhor de todas as viagens. Cidade mundial dos esportes radicais. Esbaldamos-nos nas aventuras e nas paisagens naturais. Podem-se fazer manobras molhadas nos jetboats, pular de pára-quedas de um avião há muitos metros de altura, ou experimentar a sensação única do bungee-jumping. Não poderia sair daquele lugar sem atestar a minha coragem. Todos nós, um grupo de amigos de sete pessoas, topamos o desafio e pagamos pelos três bungee-jumping que haviam naquela cidadezinha. A experiência? Indescritível. Medo, angústia, liberdade, pavor, felicidade e sensação de guerreira. Foi assim que me senti. Adrenalina pura. Você abre os braços, flexiona os joelhos, e salta para o meio do nada.

Voltei da Nova Zelândia, depois de seis meses. Um colar maori no pescoço, um cartaz com fotos feito pelos amigos, uma tatuagem no pé e dezenas de fotos que ajudarão a não esquecer jamais a melhor época da minha vida. A caminho do aeroporto passando pelas ruas que fizeram parte da minha vida, olhei-as com muita atenção, pra ter a certeza que jamais esqueceria, com o sentimento de dor e nostalgia. Deixei no aeroporto, minha amável família e meus grandes amigos, com lagrimas nos olhos. Kiaora.