terça-feira, 3 de junho de 2008

1968 – O ano que não terminou


Em seu livro, 1968 – O ano que não terminou, Zuenir Ventura tenta revitalizar a consciência da população para a importância da democracia no Brasil. Ele revira o passado para que não se repita jamais.

Através de uma reconstituição do ano de 68 ele retrata uma era em que as repressões atormentavam os brasileiros, uma época em que houve vilões e heróis, de sonhos reprimidos e interrompidos.

A seqüência de acontecimentos começa com a festa de reveillon, na casa de Heloisa Buarque de Holanda. A partir disso, Zuenir mostra que o ano que viria já começara atípico, com mudanças comportamentais e políticas.

O autor buscou intelectuais e testemunhas que viveram aquela época e através de um texto com características mais jornalísticas, do que literárias, relatara com detalhes como se deu o início do chamado “ano de chumbo”: os movimentos estudantis, o PCB (Partido Comunista Brasileiro), o movimento dos intelectuais e por fim, a implantação do AI-5. Zuenir Ventura ouviu muitas versões, histórias e usou até lembranças daquela época e as escreveu como se pudéssemos ver, imaginar e, de certa forma vivenciar momentos drásticos e marcantes como o assassinato do estudante Édson Luís, a Sexta-feira Sangrenta, a Marcha os 100 Mil, o XXX Congresso da UNE e a reunião que decidiu a implantação do AI-5.

Apesar de ter vivenciado todo aquele drama, o autor consegue discorrer sobre todo o clima de melancolia e de frustração que muitos viveram naquela era, sem perder o “auto-astral” e sem se deixar dominar pelas mágoas do sofrimento pelo qual vivenciou na prisão. Consegue também, relatar os acontecimentos da ascensão à queda, dos erros da direita e da esquerda, e finalmente, o acontecimento que fecharia aquele ano, em 13 de dezembro, a implantação do AI-5.

1968 foi sem dúvidas o ano que sacudiu o mundo. As manifestações estudantis em Paris, A Primavera Sangrenta em Praga, os Movimentos antiguerra nos EUA, a luta pelo fim da Ditadura no Brasil, episódios que aconteceram de forma inesperada e que mudaram o mundo pra sempre.
Para concluir, como diz o próprio autor, “A história não acaba aqui. Na verdade, era apenas o começo. 1968 entrava para a história, senão como exemplo, pelo menos como lição.”

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