Cheguei à Nova Zelândia com o propósito de aperfeiçoar meu inglês. Aliás, experiência super recomendável. Meu primeiro aprendizado foi sobre a cultura Maori. Um povo que vivera na Nova Zelândia, de origem Polinésia, antes da colonização inglesa. Hoje em dia esses índios buscam resgatar sua cultura e são muito respeitados pelos brancos. Ao chegar ao país, passamos dois dias em Auckland. Eu e mais cerca de 40 jovens da minha idade, que iriam com o mesmo objetivo que o meu. Todos com o mesmo medo, as mesmas expectativas e basicamente a mesma euforia. Andando na Queen Street cheguei a me indagar por um momento se eu não estaria em algum país asiático. Impressionante como a cultura do povo de olhos puxados penetrou naquele país.
No dia 16 de julho, com um fuso horário 15 horas adiantadas em relação ao Brasil, chegou a hora de nos separar, cada um pro seu novo lar, pra sua “host family”. Eu e mais uns cinco colegas embarcamos pra Christchurch, maior cidade da ilha sul. Ao chegar e descer a escada rolante vi a frente uma simpática família, de pai e mãe e três crianças pequenas, cada um segurando uma faixa, que juntando todas dizia “Florence, Welcome to New Zealand”. E foi assim.
Christchurch e uma cidade típica inglesa. Movimentada e ao mesmo tempo calma, agitada e ao mesmo tempo serene. Há uma catedral lindíssima bem no centro da cidade, onde também se encontra aos sábados feirinhas de artesanato interessante que refletem a cultura maori.
Freqüentei a Papanui High School, onde fiz grandes amizades, entre eles com brasileiros. A escola era típica neozelandesa, uso de uniformes, as matérias podiam ser escolhidas pelo aluno e os professores, de fato, nos tratavam com diferença, às vezes melhor, às vezes pior. Devo admitir que era um povo por muitas vezes hipócrita, mas sem maldade.
A facilidade de viajar pelo país nos levou a conhecê-lo melhor. Queenstown foi sem duvida a melhor de todas as viagens. Cidade mundial dos esportes radicais. Esbaldamos-nos nas aventuras e nas paisagens naturais. Podem-se fazer manobras molhadas nos jetboats, pular de pára-quedas de um avião há muitos metros de altura, ou experimentar a sensação única do bungee-jumping. Não poderia sair daquele lugar sem atestar a minha coragem. Todos nós, um grupo de amigos de sete pessoas, topamos o desafio e pagamos pelos três bungee-jumping que haviam naquela cidadezinha. A experiência? Indescritível. Medo, angústia, liberdade, pavor, felicidade e sensação de guerreira. Foi assim que me senti. Adrenalina pura. Você abre os braços, flexiona os joelhos, e salta para o meio do nada.

Voltei da Nova Zelândia, depois de seis meses. Um colar maori no pescoço, um cartaz com fotos feito pelos amigos, uma tatuagem no pé e dezenas de fotos que ajudarão a não esquecer jamais a melhor época da minha vida. A caminho do aeroporto passando pelas ruas que fizeram parte da minha vida, olhei-as com muita atenção, pra ter a certeza que jamais esqueceria, com o sentimento de dor e nostalgia. Deixei no aeroporto, minha amável família e meus grandes amigos, com lagrimas nos olhos. Kiaora.
Um comentário:
Florence, obrigada pela visita. Seja sempre bem vinda!
Seus textos também estão ótimos, adorei ler sua viagem para Nova Zelandia! até logo!
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